Seja nas redes sociais ou na entrevista de emprego, costumamos ter dificuldades para responder a essa pergunta. Nesses momentos, acabamos por relacionar nossa biografia, circunstâncias, comportamentos ou posições com a nossa identidade - ou seja, com quem acreditamos ser. Mas será que esses aspectos realmente definem quem somos? O que acontece quando eles passam a não mais fazer parte da nossa vida?
Ao longo da minha trajetória profissional conheci muitas pessoas que perderam o senso de si, e até mesmo adoeceram, após a ruptura de papeis aos quais se agarravam, tamanha identificação com suas atividades e instituições. De jovens que se viram obrigados a parar a prática de um esporte, a adultos que perderam seus empregos ou cônjuges, por exemplo.
Agarrar-se a essas identidades não apenas limita nosso crescimento pessoal, como também nos deixa perdidos e confusos quando elas são arrancadas de nós. Com isso, não é raro surgirem sintomas de depressão, ansiedade, ou falta de propósito e motivação. A dor reflete, afinal, não apenas o fim da relação (amorosa ou institucional), mas também a perda de quem se acreditava ser - uma bailarina, um jogador de futebol, uma gerente, um marido.
Talvez mais que os dados formais levantados sobre nós mesmos, o que melhor expressa quem somos sejam nossos valores, sentimentos, desejos, e nosso senso de valor pessoal. Somos o resultado de uma mistura única de memórias, gostos, pensamentos, ações e emoções.
Para responder à pergunta, então, cabe a cada um de nós embarcar na fascinante jornada de descoberta dos recônditos obscuros da nossa mente e, aos poucos, formular nossa resposta. A viagem pode ser mais ou menos longa, fácil para uns e desafiadora para outros, mas garanto que é sempre fascinante e recompensadora.
E então, quem é você de verdade?