Até pouco tempo atrás, acreditava-se que o nosso cérebro se desenvolvia apenas até a infância, porém hoje sabemos que esse processo continua até cerca dos 25 anos de idade. A última região do cérebro a se desenvolver é o lobo frontal, responsável por funções como decisão, planejamento e controle de impulsos. Por isso algumas teorias do desenvolvimento estipulam que a adolescência teria fim apenas aos 24 anos, e não aos 18, visto que nesta fase ainda estamos em processo de crescimento e maturação.
Na adolescência, então, nosso cérebro encontra-se em um momento de importante reorganização neural, aumento de conexões entre diferentes áreas, e muitas mudanças físicas e químicas. Estas mudanças interferem consideravelmente no nosso comportamento, na nossa visão de mundo e reação ao meio que nos cerca, e também em nosso senso de identidade e autoconsciência. Por causa de um senso de si que está ainda sendo aprendido e construído, as situações sociais têm muito peso emocional nesta fase.
O cérebro adolescente também tem uma atração maior por comportamentos de risco, como dirigir em alta velocidade ou praticar esportes radicais. Isso ocorre porque, nesta fase, regiões do cérebro relacionadas à busca por prazer (como o núcleo accumbens) têm uma maior reação a recompensas em comparação com a infância. Este fato, somado a um controle de impulsividade ainda não totalmente desenvolvido e maior sensibilidade a situações sociais, resulta em maior dificuldade do adolescente controlar emoções e comportamentos, principalmente em grupos de amigos.
Assim como na infância, o desenvolvimento do cérebro na adolescência é positivamente afetado por vivências saudáveis, estímulos, afeto e diálogo compreensivo. Nesta fase também é importante oferecer atividades como esportes e idiomas e, quando necessário, ajuda para o desenvolvimento de habilidades como linguagem e socialização, por exemplo.
Nas palavras da neurocientista Frances E. Jansen, os pais precisam “ser o lobo frontal de seu filho adolescente até que seu cérebro esteja totalmente conectado e pronto para funcionar por conta própria.”
E você, quais desafios recorda ter passado na sua adolescência ou na de seus filhos?
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